quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Liberdade religiosa, caminho para a paz"



Tenho lido em alguns blogs, textos condenando a atitude do Santo Padre de lançar a 44ª campanha do Dia Mundial da Paz com o slogan "Liberdade religiosa, caminho para a paz".


Alguns blogueiros insinuam que o Santo Padre estaria contrariando dogmas eclesiológicos, cristológicos, o passado da Igreja e muito mais, simplesmente por ter lançado esse tema.
Calma aí pessoal! Não vamos colocar os carros na frente dos bois!


Eu acato o ensinamento da Igreja condenando as heresias, sou ferrenho opositor do protestantismo e professo que a fé Católica é a única fé verdadeira, mas daí não aceitar a liberdade religiosa há um longo caminho! Percebi que os textos nos blogs não levam em consideração a própria notícia em si, considerando apenas o slogan, apenas o “aspecto aparente da notícia”, não sei se por descuido, ou por medo de heresias, mas vamos esclarecer as coisas antes de fomentar protestos.


A campanha da Igreja pelo Dia Mundial da Paz está em sua 44ª edição e este ano o Santo Padre escolheu o slogan acima citado. De acordo com a Gaudium Press a escolha do tema se deve às “várias formas de limitação ou negação da liberdade religiosa, de discriminação e marginalização baseadas na religião, até a perseguição e a violência contra as minorias"


Ora! Nada mais nobre do que isso!


Nós, os próprios Católicos em diversos países estamos sendo discriminados, marginalizados, assassinados, proibidos por grupos fanáticos extremistas que fazem parte de governos e permitem apenas suas religiões. O Santo Padre está preocupado com as mortes de Católicos na Índia, na China, no Oriente Médio. Ele está preocupado com a perseguição aos Católicos na Irlanda. Está preocupado, sobretudo com o secularismo que defende e propõe leis anticristãs como o aborto e o gaizismo cerceando a liberdade de nós mesmos professarmos a nossa fé, querendo criminalizar os dogmas Católicos. Tudo isso é falta de liberdade religiosa.


Temos que entender o contexto e motivo da frase da campanha de acordo com Bento XVI. Por liberdade religiosa ele não quer dizer que devemos aceitar as heresias e sim que não deve haver imposições de credo. Deve haver a chance de encontrar a verdade por si mesmas, obviamente que com a ajuda de nossos sacerdotes. Se as pessoas quiserem realmente encontrar a verdade a encontrarão na Santa Igreja Católica, mas não devemos impor nossa religião e sim mostrar a elas nossa religião.


Quando Constantino emitiu o decreto que permitia liberdade de culto no Império Romano, não fez apenas pela Igreja Católica e sim para todas as religiões existentes no império, como a judaica e as pagãs e nossos Bispos na época não se pronunciaram contra isso, pelo contrário, viram ali uma excelente oportunidade de evangelização, trazer os pagãos até a Santa Igreja Católica.
O que ocorreu depois? Um crescimento progressivo da Santa Igreja se tornando religião oficial de todo o mundo por centenas de anos!


É isso que deve ser feito hoje. Lutar pela liberdade religiosa não é omitir a evangelização e sim garantir direitos civis a todos e usar isso em favor da evangelização trazendo os não católicos a Santa Igreja Católica.


Lutar e promover liberdade religiosa não é pecado, pecado é deixar de evangelizar e trazer os não católicos a verdadeira fé.


Tenho plena certeza e confiança de que é essa a intenção do Santo Padre.


Obs.: Não devemos confraternizar com não católicos pela liberdade religiosa como fazem certos sacerdotes aceitando suas crenças e evitando falar de Cristo, ou dizendo bobagens do tipo “religião cada um tem a sua...”, mas sim permitindo que pelo conhecimento da verdade se convertam a Santa Igreja Católica. O caminho da paz é melhor onde houver possibilidade.

Fonte http://www.gaudiumpress.org/view/show/17541-liberdade-religiosa-caminho-para-a-paz-e-o-tema-escolhido-pelo-papa-para-o-proximo-dia-mundial-da-paz

Um comentário:

  1. Vale lembrar que o Papa Pio XII defendeu a liberdade religiosa em sua encíclica Auspicia Quaedam: "goze a religião, alimentadora de todas as virtudes, da liberdade que lhe é devida".

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